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Ensaios, artigos e entrevistas de interesse cultural. Acompanhe as novidades do mercado editorial!
Filhos do Tempo (conto)
Contrastava com essa nobreza, na aparência e nos trajes, os convidados da homenageada, que, oprimidos pela chiqueza do lugar e pela pompa da audiência, aprumaram-se nas cadeiras medalhão, na fileira de honra, e simularam com os olhos e a pose uma atenção reverencial.
O Futuro Saberá Quem Nós Fomos (poema)
Poema de Igor Maria Sales, escritor pernambucano, exclusivo para o blog da editora Danúbio.
Uma Hora de Silêncio (conto)
Meu primo Elieser é vagabundo, veio para o aniversário de minha mãe cantar os parabéns. Ele comprou um kit do Boticário, encheu-a de abraços e beijos, não há dúvidas de que ame a tia. Mas vende droga.
Entrevista (conto)
Conto inédito do escritor Luiz Cezar de Araújo, autor dos livros “A Vida é Traição” e “À Sombra do Pai”. Exclusivo para o blog da editora Danúbio.
O que está acontecendo com Rodrigo Gurgel?
O professor Rodrigo Gurgel, que, assinalo, sempre me tratou com máxima cordialidade e inclusive me concedeu, gentilmente, as aulas de um dos seus cursos – o que muito agradeço –, o professor, continuo, tem feito algumas afirmações no mínimo estranhas.
Por que nós, escritores, devemos usar as redes sociais
E é inegável que as redes sociais atrapalham nossa vida de escritores. No plano pessoal, são um fator de dispersão, seja por nosso desejo de consumir conteúdo — e isso rouba nosso tempo —, seja porque propicia que amigos e familiares tenham acesso a nós a qualquer instante — e isso rouba nossa concentração.
Mário Ferreira do Santos vs. Loucura Brasileira
Hoje já não saberia mensurar os efeitos imunizantes da obra de Mário Ferreira dos Santos sobre mim, como uma criança que ignora todas as situações em que a vacina contra a meningite a livrou das conseqüências catastróficas da enfermidade. A vacina lhe garante a proteção sobre as situações conhecidas e ignoradas, como quando brinca no parque ou na escola com uma outra criancinha que não sabia doente.
Dono de Casa (conto)
Quem já empunhou uma enxada sabe que há mais poder curativo no capinar de um pedregoso roçado do que em qualquer confortável divã à meia luz. Encalecer as mãos traz suavidade à alma.
Experimenta varrer uma calçada em silêncio no alvorecer, como os sábios de outrora, e verás.
Cortando as Garras da Esfinge
Uma resenha do livro “René Guénon Revelado”
Maritacas (conto)
Conto inédito do escritor Douglas Lobo. Silas acordou debaixo de grasnidos. Soergueu-se na cama e, uma vez desperto, atinou com o que ocorrera: as maritacas haviam feito um ninho no telhado.
Chespirito, o pequeno Shakespeare
Um garoto bochechudo vestido de marinheiro aparece no pátio de uma vila humilde, de paredes descascadas. Ele pigarreia e exibe um objeto. Um objeto que pode ser uma bola, um churro, uma raquete de ping-pong, um patinete, enfim, qualquer coisa…
Ode ao passado da cidade
Um poema de Diogo Fontana dedicado ao passado da cidade de Timbó, no vale do Itajaí.
O Gaúcho do Guamirim (conto)
O gaúcho do guamirim, bem na ponta do guamirim, na última folhinha da copa, viviva solito con sus recuerdos, con sus recuerdos ele só. Mateava pela manhã, sentado na beira do fogo, na beira do fogo sonhava e dedilhava uma milonga junto à brasa do fogão…
A Universidade Vencida pelo Espírito
De Algés circulando em direcção a Belém, foi em tempos possível observar, do lado esquerdo, um conjunto de instalações decrépitas que perfizeram outrora a Universidade Moderna. Ligada que fora, por sua vez, a uma Obediência maçónica, de que, aliás, resultara ao tempo um escândalo que a Comunicação Social tornara amplamente conhecido…
Quando o melhor retrato vem do outro
Diogo Fontana, sem ser venezuelano, soube descrever perfeitamente, em seu segundo romance “Se Houvesse um Homem Justo na Cidade” (2022), os grandes traços da tragédia venezuelana. Escreveu muito provavelmente o melhor documento literário sobre a crise do país vizinho. Pode assemelhar um paradoxo que um estrangeiro escreva melhor sobre um país do que os autores desta própria nação, mas isso faz total sentido e possui várias explicações.
A morte de Rolando Boldrin
A morte de Rolando Boldrin representa um acontecimento decisivo para o Brasil.
Não só porque morreu uma personagem cultural importante, mas porque representa uma passagem decisiva do Brasil para a modernidade desde a perspectiva cultural.
O Futuro da Literatura Brasileira
Vai longe a época em que escritores tinham alguma presença na sociedade brasileira. Até a década de 1970, eles ocupavam — como cronistas, ensaístas, poetas, contista e críticos literários — as páginas de revistas e jornais. Seus livros eram discutidos nos suplementos literário, em um efervescente debate cultural de que temos registro por coletâneas de textos do período. Muitos dos escritores participavam até das discussões políticas e sociais.
Uma Cultura Deformada
Nunca um povo se viu assaltado por raça tão desprezível quanto a turba que ocupa os altos postos nas nossas instituições de cultura.
Pesadelos na Vila Madalena
No auge da pandemia, todas as noites, tentando fugir do clima histérico causado pelos urros de impeachment que (eu moro na Vila Madalena) entravam pela janela, eu e a minha mulher sentávamos pra conversar sobre qualquer coisa que não a pandemia…
A Literatura Perigosa
Queria que as pessoas parassem com essa história de que “a literatura é uma ocupação perigosa”.
Wodehouse nunca “enfiou a cabeça no escuro”. Ou ele estava “enfiando a cabeça no escuro” quando escreveu que o Bertie teve que deixar o Jeeves cortar a gravata preferida dele? Ou que o Gussie Fink-Nottle bebeu suco de laranja com gim e nadou numa fonte pra caçar lagartixas