Publicada originariamente em 1924, esta obra profética é mais atual do que nunca! Mergulhe nas reflexões de Nikolai Berdiaev, um dos grandes nomes da filosofia do século XX, numa magistral tradução do poeta Tasso da Silveira. Imperdível! Nos quatro ensaios que compõem o livro, Berdiaev busca encontrar a ligação entre o fim do Renascimento e a debacle geral da humanidade nos séculos posteriores; identifica esse processo com o surgimento duma nova “Idade Média”, caracterizada por uma volta ao sobrenatural, às aspirações coletivas, uma volta à religiosidade, mas à religiosidade do Anti-Cristo. Vê ainda o socialismo como coroamento da história moderna e como conseqüência direta do liberalismo do século XIX e assevera: “à Rússia será dado um papel todo especial; ela dará nascimento ao Anticristo”.
No último ensaio, ainda, o autor analisa três formas de governo — o socialismo, a democracia e a teocracia — encontrando em cada uma dessas formas o germe do forma de governo precedente, isto sendo como que uma linha mestra que vai das teocracias nacionais até o advento da revolução russa de 1917.
Há no livro um apêndice, “O espírito burguês”, ensaio escrito posteriormente que pretende delimitar o que é o espírito burguês, que o autor define como “um estado espiritual, uma orientação da alma para uma certa direção, um gênero peculiar de auto-consciência”.
“O humanismo não fortaleceu, debilitou o homem — tal é o término paradoxal da história moderna. Através de sua auto-afirmação, o homem perdeu-se ao invés de se encontrar.”
Nos quatro ensaios que compõem o livro, Berdiaev busca encontrar a ligação entre o fim do Renascimento e a debacle geral da humanidade nos séculos posteriores; identifica esse processo com o surgimento duma nova “Idade Média”, caracterizada por uma volta ao sobrenatural, às aspirações coletivas, uma volta à religiosidade, mas à religiosidade do Anti-Cristo. Vê ainda o socialismo como coroamento da história moderna e como conseqüência direta do liberalismo do século XIX e assevera: “à Rússia será dado um papel todo especial; ela dará nascimento ao Anticristo”.
No último ensaio, ainda, o autor analisa três formas de governo — o socialismo, a democracia e a teocracia — encontrando em cada uma dessas formas o germe do forma de governo precedente, isto sendo como que uma linha mestra que vai das teocracias nacionais até o advento da revolução russa de 1917.
Há ainda no livro um apêndice, “O espírito burguês”, ensaio escrito posteriormente que pretende delimitar o que é o espírito burguês, que o autor define como “um estado espiritual, uma orientação da alma para uma certa direção, um gênero peculiar de auto-consciência”.
Nikolai Berdiaev
Entre os filósofos russos do século XX, Nikolai Berdiaev é o mais conhecido no Ocidente. Nasceu em Kiev em 1874 numa família nobre; milita em sua primeira juventude na social-democracia revolucionária, é preso e passa alguns anos em prisão domiciliar. Rapidamente, porém, abandona o marxismo e torna-se, nos primeiros anos do novo século, um dos protagonistas da chamada “reação idealista” contra o socialismo e o positivismo da intelligentsia russa. Antes da tomada do poder pelos bolcheviques, elabora uma “filosofia cristã da liberdade”, com forte caráter aristocrata, o que o colocou em conflito com a Igreja Ortodoxa.
Seu assunto filosófico o colocou em contato com alguns dos movimentos mais importantes do pensamento europeu do entre guerras:
Existencialismo cristão, que tinha em Paris, na revista “Esprit, um dos principais centros de elaboração do movimento; tendo colaborado com uma forte crítica à concepção liberal-democrática da sociedade, que ele via como o fim da civilização burguesa.