Eis o meu canto da degradação (poema)

29, jan, 2025 | Artigos | 3 Comentários

Por Diogo Fontana

 

Eis o meu canto da degradação,

Canto sem voz de um desenganado,

Brasileiro de gosto desterrado

Nos livres territórios da ficção.

 

Catatonicamente vagabundo,

Caminho acanalhado pelas ruas,

Entre buracos e calçadas nuas

Das cidades mais bárbaras do mundo.

 

Ouço o funk das cloacas de som

Da camionete que vem e que passa

Levando traficantes no bem-bom.

 

Mas basta! O fígado rompe a mordaça;

Deserto este epicúreo jardim —

Estilhaço o silêncio de marfim.

 

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Detalhes do autor

Diogo Fontana

Natural de Curitiba, nasceu em 1980. Escritor e editor literário. Fundador da Editora Danúbio.

É autor dos livros “A Exemplar Família de Itamar Halbmann” (2018) e “Se Houvesse um Homem Justo na Cidade” (2022).

Já contribuiu com artigos para o jornal Gazeta do Povo e para veículos de mídia independente.

Mora em Santa Catarina, com a esposa Gabriela e o filho Constantino.