Em Noemas de Filosofia Portuguesa, Miguel Bruno Duarte aponta e descreve a ideologia dominante no establishment universitário em Portugal. Pensador verdadeiramente independente, o autor denuncia, de facto, as repercussões dessa ideologia na cultura inculta das fundações, institutos e demais poderes institucionalizados. Concebida em duas partes – Queda Vertical e Esperança – a obra apresenta um fulminante diagnóstico que vai directo aos problemas, obstáculos e contradições do Portugal de hoje.
Na primeira parte, Miguel Bruno denuncia a planificação do ensino em Portugal, demonstra que a filosofia não é uma disciplina, um ramo ou uma área do saber, revela como o Marquês de Pombal desferiu um golpe mortal na cultura portuguesa ao expulsar o Jesuíta a pontapé, e dá a conhecer a consequente infiltração do iluminismo, do positivismo e do socialismo na terra mais antifilosófica do planeta.
Na segunda parte, o autor deposita a sua esperança em Aristóteles e na tradição portuguesa, percorrendo, para o efeito, o aristotelismo de inspiração arábica de Pedro Hispano, o racionalismo meridional da neo-escolástica conimbricense e a Arte de Filosofar preconizada por Álvaro Ribeiro.
De resto, a aptidão estilística e demonstrativa do autor não cede nem se compraz com o bem-pensantismo impensante dos intelectuais e propedeutas de cultura que não querem, não sabem e não podem estar à altura do pensamento superno. Deste modo, o leitor sentirá estar perante terreno desconhecido, embora simultaneamente condutor e indutor de um realismo espiritual que não cede aos habituais preconceitos, estereótipos e ideias feitas da cultura triunfante.
Miguel Bruno Duarte
Miguel Bruno Duarte é na actualidade um dos mais destacados arautos da filosofia portuguesa na esteira do ideário aristotélico de Álvaro Ribeiro.
O presente livro é expressamente dedicado à memória de Álvaro Ribeiro e de Orlando Vitorino, ao primeiro na medida em que, fazendo das fraquezas forças, legou à cultura nacional-humana uma obra ímpar na qual se espelha a superior tradição aristotélica; ao segundo na justa medida em que, fiel à tradição portuguesa, fez valer o pensamento varão propondo a profiláctica extinção da hodierna instituição universitária ao serviço de organizações internacionais apostadas no apagar da entidade espiritual que é a Pátria Portuguesa.