A torta de maçã? Não coma, é racista

21, jun, 2021 | Artigos | 3 Comentários

Artigo publicado no blog Duc in altum  

Por Aldo Maria Valli

A típica torta de maçã, colocada sobre um pano e posta no parapeito da janela para esfriar, é um símbolo da América e da americanidade, mas esconde uma história de violência e opressão.

É o que explica o Guardian, jornal esquerdista por excelência, em artigo de Raj Patel, especialista em culinária, segundo o qual a sobremesa que muitos americanos gostam é fruto do colonialismo e da escravidão.

O artigo, intitulado Food injustice has deep roots: let’s start with America’s apple pie (A injustiça alimentar tem raízes profundas: vamos começar com a torta de maçã americana), argumenta que a querida torta de maçã tem origens “sangrentas” e que se se prestarmos bem atenção veremos que não é americana em tudo, mas é o resultado de uma história de opressão.

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Patel, um documentarista britânico de origem indiana, se descreve como um “simpatizante anarquista” e escreveu o livro Stuffed and Starved: The Hidden Battle for the World Food System, que trata do que o autor considera injustiças alimentares.

Mas por que a torta de maçã entrou na mira de Patel? Porque, explica o artigo do Guardian, “as maçãs viajaram para o hemisfério ocidental com os colonizadores em 1500 no que era chamado de intercâmbio colombiano, mas agora é melhor entendido como um vasto genocídio de povos indígenas”. Sem falar que os colonizadores ingleses nas novas terras usavam as macieiras “como indicadores de civilização, isto é, de posse”.

Mas se as maçãs forem condenadas, nem mesmo o açúcar se salva, porque o comércio da cana-de-açúcar e dos escravos andavam de mãos dadas.

Por fim, o autor também implica com o pano em que a torta é colocada. Na verdade, também seria fruto de uma apropriação cultural, porque os índios já usavam o algodão quando Cristóvão Colombo desembarcou na América em 1492 e o comércio de algodão realizado pelos brancos deu origem a um verdadeiro “capitalismo de guerra” que ” escravizou e cometeu atos de genocídio contra milhões de indígenas na América do Norte e milhões de africanos e seus descendentes por meio do comércio transatlântico de escravos ”.

Se a essa altura a torta de maçã foi cancelada, saiba que Patel tem arsenal contra todo o sistema alimentar, cuja história “sempre foi uma história de luta”.

Visto por muitos leitores nas redes sociais, o artigo causou sensação. “Caras como Patel”, diz um tweet, “são loucos”.

 

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Detalhes do autor

Aldo Maria Valli

Aldo Maria Valli

Aldo Maria Valli é um jornalista italiano nascido em 1958. Graduado em Ciências Políticas pela Università Cattolica del Sacro Cuore, de Milão.
 
Trabalhou em diversos veículos de comunicação, com destaque para a revista Ares, o jornal Avvenire e a emissora de televisão RAI. Desde 1996 atua como vaticanista no telejornal TG3, em Roma. Acompanhou o papa João Paulo II em mais de 40 viagens internacionais.
 
Escreveu diversos livros sobre política, religião e jornalismo. Mantém o blog Duc in altum.